sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Por falar em cheira-me a esturro

A expressão “cheira-me a esturro” sempre foi uma das minhas preferidas. Quero por isso hoje, partilhar convosco a origem desta tão usada expressão. Para isso, temos que recuar até 1558, junto ao sopé da Serra de Montejunto à pequena aldeia de Sarilhos em Barda, um nome peculiar como o de tantas outras neste nosso Portugal. Um dos mais notados habitantes de Sarilhos, era João Esturro, um “trouble maker” como dizem os americanos, um reguila que atazanava a vida a toda a aldeia. Mas João não se contentava com pregar as partidas, ele tinha que assistir a tudo, tin-tin por tin tin.
Esse “fetiche” juntamente com a agravante de o pobre do Esturro se fazer acompanhar sempre por um cheiro a suor um tudo nada incomodativo foram determinantes. Imaginem o odor que a virilha do Petit emana, depois de jogar 120 minutos na final do Mundial e fugir à banheira durante 15 dias… é mais ou menos igual, só que muito pior. Este cheiro acontecia derivado a uma patologia de que "Johnny Sturrens" (petitnom usado pelos mais chegados) sofria desde criança.
Johnny, tinha normalmente muito cuidado e posicionava-se a uma distância segura do “local do crime”, mas desta vez o entusiasmo era tanto que se esqueceu de contar com o vento, que soprava exactamente na direcção do dito local, onde ele tinha preparado tudo para o Zé Mário Madeira, o carpinteiro de Sarilhos, com quem João tinha umas contas a ajustar, levar com um balde de água em cima quando saisse da sua oficina. O pobre do Madeira ficou gelado até aos ossos.
Ora tudo correu de feição, até aquele vento nordeste, fazer o pungente cheiro à virilha do Petit chegar ao nariz a pingar água fresquinha do Zé Mário, e é aí que se faz história, porque pela primeira vez ouve-se “Hhhhhmmm… Isto cheira-me a Esturro!”.

E é isto malta! Mais uma expressão cuja origem foi deslindada aqui pelo Sabichas!!!

Sempre a considerar-vos
Fortes abraços, beijinhos e saúdinha.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

E por falar em: "Ai que bem que se está no campo!"

A expressão, "Ai que bem que se está no campo!" nasceu no longínquo ano de 1893 na lindíssima e bucólica Vila de Sintra. Quem acha esta tão usada expressão extremamente apaneleirada ou rabicha, está no caminho certo. Vamos então a factos históricos.
D. Miguel Vilhena, era Visconde da Portela de Sintra e aos 58 anos, vivia numa magnífica quinta em Colares, com toda uma parafernália de criadagem. De todo o seu "Staff", D. Miguel não conseguia de maneira alguma esconder o carinho especial que nutria por Adelino Campos, o jardineiro. Adelino era um rapagão de 21 anos que tratava dos jardins da quinta, D. Miguel, dizia até que ninguém lhe punha as buganvílias em pé como o Adelino, enfim, era um artista, e como todos os artistas, tinha as suas manias. Adelino gostava de podar nu.
D. Miguel, que era panuca e estava completemente "enfeitiçado" por Adelino, resolveu um dia surpreendê-lo enquanto este, nu, aliás como de costume, transformava um simples arbusto, numa escultura perfeita de 38 flamingos a levantar vôo. E assim foi, D. Miguel surgiu também todo nu ao pé de Adelino Campos. E é aí que a porca torce o rabo, então não é que vai-se a ver e o cabrão do Adelino afinal, não apanhava bananas com a peida, era só mesmo uma mania de artista. Como o emprego na altura não abundava, ele conteve-se, sem no entanto conseguir disfarçar algum constrangimento, vai daí, D. Miguel ao se aperceber que tinha posto a pata na poça, e querendo a todo o custo evitar que a malfadada história saisse dali, pôs um ar o mais casual possível e lançou a pérola: "Ai que bem que se está nu ó campos!"

Mais uma vez, a história foi sendo contada e distorcida e pronto, aí está mais uma bela expressão do nosso Português.

Sempre a considerar-vos
Fortes abraços, beijinhos e saúdinha.